O EP mistura diversos gêneros e ritmos como o rock psicodélico nordestino, maracatu, forró, xote e manguebeat. Ymbu conta que toda a sua família é nordestina e, por isso, sempre teve contato com os estilos musicais da região. “Aos 20 anos de idade, comecei a virar um grande apaixonado pela música brasileira, querendo conhecer de tudo que eu não conhecia, e encontrando algo único na música do nosso país. Consequentemente, comecei também a retomar, num movimento nostálgico, todas as canções que passaram por mim desde a infância”.

O single “Nova Cigana” fala sobre o processo de sedução e encantamento por uma pessoa que dança – faixa que terá videoclipe em breve. “Com sanfonas e flautas, e um toque de uma guitarra inspirada no saudoso e lendário Paulo Rafael, a canção também tem kicks eletrônicos para acompanhar essa estética”, comenta.

Já “O que será?” é a introdução do EP e foi totalmente produzida pelo cantor. “A partir de um sample de batucada da rua que eu mesmo gravei no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, no dia que o Lula se entregou à polícia, em 2018. Aquela data foi chocante para mim, e eu estava vendo a história diante dos meus próprios olhos. Para mim, fazer uma canção a partir desse áudio transmite muito da minha visão de mundo, de futuro e de esperança. A princípio, eu usaria apenas o áudio, gravado no celular em 2018, mas acabou ganhando uma proporção e arranjos que eu não esperava”, diz.

Com 25 anos, Ymbu conta que a primeira música que compôs para o EP foi “Melô de Salvador”, ela foi feita durante o período de isolamento da pandemia. “Foi a primeira música que lancei, e produzi sem ter a experiência de produção, edição e mixagem que tenho hoje”. Ele também é responsável pela produção de seus videoclipes já lançados, todos foram feitos de maneira caseira.

O artista fala que, após desistir da faculdade duas vezes, descobriu que era um músico. “Eu precisei compor, conhecer meu ritmo, tomar contato comigo mesmo e conhecer as minhas próprias criações. Foi surgindo uma música após a outra, esse processo foi crescendo e selecionei canções para trabalhar profissionalmente e enfim mergulhar na música brasileira”, conta.

Ymbu espera atingir pessoas de todas as gerações que se identifiquem com seu trabalho e gênero. “Como me identifico como um cantor de música popular brasileira, de forma abrangente mesmo, busco um certo ecletismo no que faço. Apesar de uma unidade, existe uma variação não só nas minhas composições no geral, mas no próprio EP”, finaliza.

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