Há um ano, Gica se preparava para a gravação da primeira edição do Pagode da Gica. Até então, ela era um nome desconhecido no mercado e estava prestes a iniciar uma carreira na música. Com poucos recursos e gravado com um celular no Jardim Iporanga, Grajaú, em São Paulo, o projeto viralizou e o nome de Gica começou a pipocar no mercado.
“O Pagode da Gica é e sempre vai ser tudo o que eu mais amo fazer. Foi o primeiro projeto da minha carreia e o responsável por mudar minha vida. Lembro que no dia da gravação eu estava muito nervosa pois, naquele momento, estava realizando um grande sonho que era tocar, cantar e fazer pagode”, relembra.
O sucesso foi tanto que meses após o lançamento, Gica gravou a segunda edição do Pagode da Gica, desta vez, na comunidade em que nasceu e foi criada; a Rocinha. Os vídeos das duas edições viralizaram, alcançaram milhões de visualizações e uma das faixas chegou a ser compartilhada pelo jogador Neymar Jr., impulsionando ainda mais o sucesso do trabalho.
Gica coleciona números impressionantes para uma artista em início de carreira e da cena independente. São mais de 1 milhão de seguidores no Instagram, mais de 20 milhões de streams, uma agenda com uma média de 35 show ao mês, mais de 35 milhões de visualizações no YouTube e parcerias com grandes nomes da música como Gaab e Vitinho.
“É muito incrível tanta coisa ter mudado em tão pouco tempo e ver o quanto eu precisei amadurecer e evoluir para fazer o sonho acontecer. É muito bom viver um sonho e enfrentar novos desafios todos os dias”, vibra.
Em agosto, a artista está prestes a alçar novos voos com o lançamento do audiovisual “Da Rocinha para o Mundo”. Desta vez, o orçamento e os recursos não foram limitados para o projeto gravado na favela X do Morro, em São Paulo, e que contará com 18 faixas entre regravações e inéditas.
Gica se apaixonou pelo pagode por influência do seu pai que era um grande admirador dos grupos Só Pra Contrariar e Exaltasamba. Estudiosa, aprendeu a tocar pandeiro aos 6 anos de idade. Aos 11 entrou nas aulas de cavaco, aos 12 aprendeu violão e, em seguida, percussão. Atualmente segue em constante desenvolvimento com as aulas de canto que iniciou há quase dois anos.
Multi-instrumentista e compositora, Gica relutou um pouco contra a ideia de estar à frente do microfone. “Tem menos de um ano que a música se tornou minha profissão. Nunca imaginei que Deus pudesse fazer isso em tão pouco tempo. Eu sempre fui muito tímida no lance de cantar e tocar, mas sempre me incentivaram. No primeiro projeto que gravamos, as coisas deram muito certo e a partir daí, além de viver da música, consegui também ajudar minha mãe e minha família”, conta.
Considerada uma das grandes revelações do gênero, Gica cresceu com poucas referências femininas no segmento. Bebeu na fonte de Beth Carvalho, que ouvia quando pequena, nas rodas de samba que frequentava no Rio de Janeiro. Hoje, acompanha com atenção as oportunidades e os destaques das mulheres no pagode.
“A mulherada sempre esteve aí! A gente sempre curtiu e consumiu muito pagode. Hoje, graças a Deus, estamos conseguindo ter mais visibilidade e alcançando novos espaços. A galera está nos respeitando e a tendência é que o movimento cresça ainda mais. Só estamos mostrando o que somos capazes de fazer”.
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