Músico e pesquisador de cultura popular, Felipe Reznik lança o projeto “Reluz”, em que promove o encontro inédito de rainhas e reis da música brasileira com a sonoridade da panela de mão, instrumento também conhecido como “handpan”. Na estreia nos aplicativos de música e no YouTube, dia 22 de janeiro, Felipe escolhe a ciranda como base de estudos e encontros e recebe Lia de Itamaracá e As Filhas de Baracho, na faixa “Quem Me Deu Foi Lia / No Alto Mar” (Antônio Baracho). A distribuição digital é da Tratore.
O nome do projeto faz referência (e reverência) à luz de mestras e mestres da cultura popular, que atravessa gerações e encurta as distâncias entre passado e futuro. Essa luz ganha reflexo no brilho sonoro e visual da panela de mão que, com suas possibilidades percussivas, melódicas e harmônicas, se integra com delicadeza e frescor às obras já consagradas da abrangente cultura brasileira.
O vídeo de “Quem Me Deu Foi Lia / No Alto Mar” foi filmado em Pernambuco, em agosto de 2020, nas cidades de Recife e Abreu e Lima e na Ilha de Itamaracá. As irmãs Dulce e Severina formam a dupla As Filhas de Baracho: ambas são filhas do cirandeiro Antônio Baracho da Silva, conhecido como “O Rei sem Coroa” e autor das duas canções que formam o medley que sai dia 22 de janeiro. O percussionista Emerson Santana, de Olinda, também acompanha Felipe e a nobreza da ciranda no primeiro single e clipe da série.
O segundo clipe, programado para fevereiro, é com Aurinha do Coco, representando este outro ritmo-chave do Nordeste do Brasil. Aurinha, que carrega o legado da legendária Selma do Coco, é uma das principais responsáveis pela manutenção dessa cultura em Olinda, junto de sua filha Negadeza e seu neto Zuri, de nove anos, que também fazem parte do vídeo. O trabalho conta ainda com as participações do percussionista carioca Marcos Suzano e do pernambucano tocador de rabeca Fritz, pai de Zuri.
Na sequência, Reznik vai reverenciar o jongo, com Lazir Sinval e Deli Monteiro, do Jongo da Serrinha (RJ); o maracatu, com a rainha Elda Vianna da Nação Porto Rico e rainha Célia Benta da Silva, do Encanto do Pina (PE); e o samba: no Rio de Janeiro, com tia Surica, da Portela, e Zé Luiz, do Império Serrano; na Bahia, com Graça Onasilê, primeira mulher do Brasil a cantar em um bloco afro – o Ilê Aiyê, que comandou por 23 anos.
Essa nova série de clipes se encontra na interseção das duas grandes vertentes atuais do trabalho de Felipe Reznik: o de músico “panelista de mão” (abrasileirando o handpan) e o de pesquisador das raízes da cultura popular. Ainda pouco conhecida no Brasil, a panela de mão é um instrumento recente, criado em 2000, na Suíça, a partir de uma adaptação do steel drum, instrumento caribenho, tradicional de Trinidad e Tobago.
“RELUZ fala do meu desejo de usar a panela de mão – que é uma escultura sonora feita de chapas de aço – como um espelho: uma superfície musical que reflita o brilho das realezas da nossa cultura. Poder começar o projeto com esses nomes é uma enorme honra para mim”, justifica Felipe Reznik.
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