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A lenda do Glam-Rock brasileiro

Ney Matogrosso faz sua apresentação no The Town Hall, New York,  no dia 21 de abril de 2023. A lenda do Glam-Rock brasileiro apresenta seu show de voz e piano raramente tocado,  apresentando o renomado mestre do piano Leandro Braga.  Matogrosso revisita seus grandes sucessos junto com marcos do pop brasileiro, Caetano Veloso, Roberto Carlos, exemplificando. Conta, ainda, com a participação especial da Ícone do fado português: Mariza.
Em uma série contínua de concertos em língua portuguesa com curadoria da fadista Mariza, o The Town Hall apresentará uma rara aparição nos Estados Unidos da lenda do glam-rock brasileiro Ney Matogrosso.

The Town Hall recebe Ney Matogrosso

The Town Hall recebe Ney Matogrosso

Matogrosso se apresenta em sua forma mais despojada de todos os tempos, apenas com o piano de Leandro Braga, um dos maiores acompanhantes e arranjadores do Brasil.

Colaborador do cantor há quase trinta anos, Braga é conhecido pelo gosto requintado e pela imaginação. Aprimorou o trabalho de muitos ícones brasileiros: Chico Buarque, Edu Lobo, Marcos Valle, Ivan Lins, Elba Ramalho, Beth Carvalho, Fafá de Belém. Também, lançou vários de seus próprios álbuns, incluindo o aclamado Fé Cega (Fé Cega), um jazz tributo a Milton Nascimento.
The Town Hall recebe Ney Matogrosso
O repertório do show de Matogrosso faz um grande recorte de sua história, ao mesmo tempo em que destaca diversos momentos dramáticos das últimas nove décadas do pop brasileiro. O cantor rememorou os anos entre 1971-1974 com os Secos & Molhados, banda que constantemente inflama a censura brasileira. Igualmente, mergulhou na década de 1930 com “Último Desejo”, a trágica balada de amor rejeitado do pioneiro do samba Noel Rosa; e “Da Cor do Pecado”, que compara a raça e o fascínio sexual de forma ousada.
The Town Hall recebe Ney Matogrosso

Assim, o Brazilian Times foi recebido com muito carinho e atenção pelo cantor para uma rápida entrevista.

BT – Qual sua expectativa com relação ao seu show “Desconectado” aqui em NY? Haverá uma participação especial da Ícone do Fado Português MARIZA. Qual foi o motivo para o convite, uma vez que muitos o consideram a “lenda do Glam-Rock brasileiro”.

O espetáculo será somente com os clássicos da música popular brasileira. Será um show bem  curtinho, mas estou aumentando e vou adicionar mais músicas que já cantei. Fiz despretensiosamente, eu e o Leandro Braga. 

A fadista Mariza recebeu o convite e solicitaram-na que convidasse duas pessoas da língua portuguesa, assim ela chamou-me a um africano que ainda não conheço. Mariza disse que gostaria de cantar comigo e chegando por lá, vamos ensaiar porque esta questão de tom é um tema complicado, mas vou adorar cantar com ela.

BT – Você lançou o livro de suas memórias, intitulado “Vira-lata de raça” (Editora Tordesilhas), com texto de Ramon Nunes Mello. Por que esse título “Vira-lata de raça”?

“O Vira Lata de Raça” já saiu há um tempo e, atualmente, já temos a biografia. Porém, o “Vira Lata de Raça” começou como uma autobiografia onde busquei todas as minhas entrevistas, pois tenho entrevistas guardadas desde os anos 70. Então partiu de uma coisa assim, e como não sou escritor, foi solicitado a um poeta que escrevesse o livro e também, terminei por conceder duas grandes entrevistas a fim de finalizar o livro.

BT – Você é cantor, iluminador, diretor e ator de cinema e já passou dos 75 anos, na verdade 81 anos. Como explicar esse vigor e ainda esse corpo magro e bem definido?

Eu consigo cantar, tenho muita energia, muita vivacidade e a minha mente está muito boa, porém eu me cuido para isso. Faço ginástica diariamente, como pouco, não por dieta, mas porque não gosto de comer muito. E tenho uma cabeça boa, acredito que eu seja uma pessoa fácil de lidar. Não sou problemático e, também, não tenho o hábito de fazer dramas, pois já passei por muitas situações difíceis, porém acredito que tudo o que passei já ficou para trás. Não carrego nada comigo. Na minha visão de mundo, creio que cada dia é um dia e vamos ver como será este dia e pronto. Não tenho apegos e também não sou saudosista.

BT – Quando surgiu Ney Matogrosso nos idos 1971 em meio a uma ditadura. Você foi considerado andrógino pela maquiagem, figurino e sua voz de tenor agudo, chocando a sociedade da época. Como você vê essa sua trajetória e essas quebras de tabus?

Ah.. é uma liberação teórica, pois nosso país  é o que mais mata LGBTQI+ . Bom, eu fiz porque  eu queria enfrentar aquilo, aquela sociedade com seus tabus e preconceitos. 

BT – Enfim, você está disposto a fazer mais shows por aqui e também ao redor do mundo?

Eu estou disposto a fazer todas as vezes que me chamarem, mas isso não é uma meta em minha vida.  (risos) Você sabe, o Brasil também não era uma meta em minha vida e estou trabalhando até hoje (mais risos). Eu viajo sempre para EUA e Europa e,  sempre que solicitado, irei com prazer.

Ney Matogrosso, agradecemos pela gentileza de seu tempo conosco. O Brazilian Times deseja saúde e muito sucesso!

THE TOWN HALL NYC
123 West 43rd Street
(entre as ruas 6th Ave and Broadway)
New York, NY 10036
#ToNaMidia #UiaraZagolin #TheTownHallNYC
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